quarta-feira, 11 de maio de 2011

Leia




Diários da Anorexia é uma história verídica de como a ausência de comunicação e o descuido com os problemas dos filhos podem gerar grandes transtornos em uma família.
 
A filha anoréctica passa mensagens cifradas. A mãe, muito mais preocupada com os próprios problemas, não percebe. São personagens reais, de uma família comum, enfrentando a anorexia, doença que atinge muitas pessoas, principalmente mulheres, independentemente de idade, aparência ou sucesso de vida.
 
Escrito por Linda M. Rio e Tara M. Rio, "Diário da Anorexia", ao contrário de qualquer outro livro, leva o leitor para dentro do mundo intrigante de transtornos alimentares entre adolescentes.
Testemunhe a história real nos diários íntimos que revelam os momentos mais sombrios da família Rio - e as vitórias.
 
Tara Rio era uma adolescente comum - boa aluna, boa atleta e boa filha. Ela também sabia como manter segredos; segredos que só eram conhecidos pelo seu diário. Sua mãe, Linda, também guardava segredos no próprio diário sobre seu casamento e suas ambições de uma vida melhor. Quando Linda descobre o segredo da filha, lutando com transtornos alimentares, finalmente elas encontram meios de se ligar uma à outra para proteger a família e mudar a vida de Tara, conseguindo sua recuperação.
And every magazine tells her she's not good enough
The pictures that she sees makes her cry









Música: Beautiful Disaster - Jon McLaughlin



Mídia x Anorexia


Algumas manchetes de reportagens publicadas pelas revistas Isto é, Dieta Já e outras.
















"Quem disse que para ser bonita é preciso ser magra? Algumas pessoas ficam melhor magras, outras, não. Há praticamente um padrão sendo criado impondo que somente assim é aceitável. A influências dessas revistas em meninas de 13 anos é horrível".

Penélope Cruz.





A anorexia nervosa é apontada pelos especialistas como a terceira doença crônica mais comum entre adolescentes americanas – só perdendo para a obesidade e asma – e afeta cerca de 5% das mulheres em todo o mundo. Com um padrão alimentar deturpado e acentuada perda de peso, ela é resultado de uma dieta auto-imposta, associada a um único temor: o medo de engordar. Uma pesquisa da USP, publicada na Revista de Nutrição (Vol 16, n. 1), revelou que 21% das adolescentes entrevistadas tinham sintomas de anorexia nervosa.

O estudo avaliou hábitos e comportamentos alimentares de 279 adolescentes do sexo feminino, em uma escola particular de São Paulo. Entre os alimentos mais consumidos pelas alunas com sintomas de anorexia nervosa estão as frutas, hortaliças, leite desnatado e bala, sendo refrigerantes, chocolate, massa e batata frita os alimentos menos ingeridos.
A doença, que é nove vezes mais comum em mulheres do que em homens, tem início, geralmente, na adolescência. Começa “com um jejum progressivo, no qual primeiramente não são consumidos os alimentos calóricos, estendendo-se posteriormente a outros tipos de alimentos”, diz a pesquisa.

Para o estudo, o aumento da incidência de anorexia nervosa – que praticamente dobrou nos últimos vinte anos – se deve à “ênfase na magreza feminina como expressão de atração sexual”. Segundo os pesquisadores, “a sociedade valoriza a atratividade e a magreza em particular, fazendo da obesidade uma condição altamente estigmatizada e rejeitada. A associação de beleza, sucesso e felicidade, com um corpo magro tem levado as pessoas à prática de dietas abusivas e de outras formas não saudáveis de regular o peso”.

Pensam os pesquisadores, que o elevado número de jovens com sintomas da doença encontrado no estudo é um fator importante para justificar a implementação de programas de intervenção nutricional e campanhas governamentais veiculadas pela mídia poderiam, segundo o estudo, servir de apoio para estratégias de prevenção da anorexia, assim como sensibilizar as empresas alimentícias a apresentarem mensagens de alimentação adequada nos rótulos de seus alimentos.
Contudo, para os pesquisadores, “envolver a família dos adolescentes, motivando-os com reuniões e discussões nas escolas sobre a importância dos hábitos e comportamentos alimentares” é medida fundamental para prevenir a doença.


Fonte: Agência Notisa; http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/2007/07/16/midia-colabora-com-crescimento-de-casos-de-anorexia-nervosa/ 

Algumas fotos














Anorexia

A anorexia é uma doença psíquica com efeitos colaterais que arrasam o corpo. Os sintomas já foram citados nesse site, mas se caso você conheça alguém que: se alimenta muito e após as refeições vai ao banheiro uma ou mais vezes, e caso seja muito magra(o), esta pessoa pode ter anorexia. O tratamento é feito por um psicólogo/psiquiatra, junto com o médico e/ou nutricionista. O papel do nutricionista é muito importante nessa patologia.
Como é o paciente com anorexia?

O paciente anorético só se destaca pelo seu baixo peso. Isto significa que no seu próprio ambiente as pessoas não notam que um determinado colega está doente, pelo seu comportamento. Mas se forem juntos ao restaurante ficará evidente que algo está errado. O paciente com anorexia não considera seu comportamento errado, até recusa-se a ir ao especialista ou tomar medicações. Como não se considera doente é capaz de falar desembaraçadamente e convictamente para os amigos, colegas e familiares que deve perder peso apesar de sua magreza. No começo as pessoas podem até achar que é uma brincadeira, mas a contínua perda de peso apesar da insistência dos outros em convencer o paciente do contrário, faz soar o alarme. Aí os parentes se assustam e recorrem ao profissional da saúde mental.
Os pacientes com anorexia podem desenvolver um paladar estranho ou estabelecer rituais para a alimentação. Algumas vezes podem ser flagrados comendo escondidos. Isto não invalida necessariamente o diagnóstico embora seja uma atitude suspeita.
Depois de recuperado o próprio paciente, já com seu peso restabelecido e com a recordação de tudo que se passou não sabe explicar porque insistia em perder peso. Na maioria das vezes prefere não tocar no assunto, mas o fato é que nem ele mesmo concorda com a conduta insistente de emagrecer. Essa constatação no entanto não garante que o episódio não volte a acontecer. Depois de recuperados esses pacientes retornam a sua rotina podendo inclusive ficar acima do peso.
Há dois tipos de pacientes com anorexia. Aqueles que restringem a alimentação e emagrecem e aqueles que têm episódios denominados binge. Nesses episódios os pacientes comem descontroladamente até não aguentarem mais e depois vomitam o que comeram. Às vezes a quantidade ingerida foi tão grande que nem é necessário induzir o próprio vômito: o próprio corpo se encarrega de eliminar o conteúdo gástrico. Há casos raros de pacientes que rompem o estômago de tanto comerem.


Qual o curso dessa patologia?

A idade média em que surge o problema são 17 anos. Encontramos muitos primeiros episódios entre os 14 e os 18 anos. Dificilmente começa depois dos 40 anos. Muitas vezes eventos negativos da vida da pessoa desencadeiam a anorexia, como perda de emprego, mudança de cidade, etc. Não podemos afirmar que os eventos negativos causem a doença, no máximo só podemos dizer que o precipitam. Muitos pacientes têm apenas um único episódio de anorexia na vida, outros apresentam mais do que isso. Não temos por enquanto meios de saber se o problema voltará ou não para cada paciente: sua recidiva é imprevisível. Alguns podem passar anos em anorexia, numa forma que não seja incompatível com a vida mas também sem restabelecer o peso ideal. Mantendo-se inclusive a autoimagem distorcida. A internação para a reposição de nutrientes é recomendada quando os pacientes atingem um nível crítico de risco para a própria saúde.

Sobre quem a anorexia costuma incidir?

As mulheres são largamente mais acometidas pela anorexia, entre 90 e 95% dos casos são mulheres. A faixa etária mais comum é a dos adultos jovens e adolescentes podendo atingir até a infância, o que é bem menos comum. A anorexia é especialmente mais grave na fase de crescimento porque pode comprometer o ganho esperado para a pessoa, resultando numa estatura menor do que a que seria alcançada caso não houvesse anorexia. Na fase de crescimento há uma necessidade maior de ganho calórico: se isso não é obtido a pessoa cresce menos do que cresceria com a alimentação normal. Caso o episódio dure poucos meses o crescimento pode ser compensado. Sendo muito prolongado impedirá o alcance da altura geneticamente determinada. Na população geral a anorexia atinge aproximadamente 0,5%, mas suspeita-se que nos últimos anos o número de casos de anorexia venha aumentando. Ainda é cedo para se afirmar que isto se deva ao modelo de mulher magra como o mais atraente, divulgado pela mídia, esta hipótese está sendo extensivamente pesquisada. Para se confirmar se a incidência está crescendo são necessários anos de estudo e acompanhamento da incidência, o que significa um procedimento caro e demorado. Só depois de se confirmar que o índice de anorexia está aumentando é que se poderá pesquisar as possíveis causas envolvidas. Até bem pouco tempo acreditava-se que a anorexia acontecia mais nas sociedades industrializadas. Na verdade houve falta de estudos nas sociedades em desenvolvimento. Os primeiros estudos nesse sentido começaram a ser feitos recentemente e constatou-se que a anorexia está presente também nas populações desfavorecidas e isoladas das propagandas do corpo magro.

Tratamento

O tratamento da anorexia continua sendo difícil. Não há medicamentos específicos que restabeleçam a correta percepção da imagem corporal ou desejo de perder peso. Por enquanto as medicações têm sido paliativos. As mais recomendadas são os antidepressivos tricíclicos (possuem como efeito colateral o ganho de peso). Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina têm sido estudados mas devem ser usados com cuidado uma vez que podem contribuir com a redução do apetite. É bom ressaltar que os pacientes com anorexia têm o apetite normal, ou seja, sentem a mesma fome que qualquer pessoa. O problema é que apesar da fome se recusam a comer. As psicoterapias podem e devem ser usadas, tanto individuais como em grupo ou em família. A indicação dependerá do profissional responsável. Por enquanto não há uma técnica especialmente eficaz. Forçar a alimentação não deve ser feita de forma rotineira. Só quando o nível de desnutrição é ameaçador. Forçar alimentação significa internar o paciente e fornecer alimentos líquidos através de sonda naso-gástrica. Geralmente quando se chega a isso torna-se necessário também conter (amarrar) o paciente no leito para que ele não retire a sonda.