domingo, 8 de maio de 2011

Leia

Um livro franco, direto e muito interessante, sem a pretensão de salvar o mundo; mas mostrar um caminho que pode ajudar todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente com a anorexia.


Informações gerais sobre a pauta Anorexia Nervosa:


Num país onde há tanta fome e desnutrição, o fato de existir pessoas que definham voluntariamente por se recusar a comer pode parecer um paradoxo absurdo e de extremo mau gosto. E é; mas é verdadeiro. Não se sabe o número de meninas que morrem todos os meses em casa ou e em hospitais. Magras, fracas e perdidas na luta na busca por um corpo perfeito de um idilismo cruel.

Um estudo recente do Hospital das Clínicas de São Paulo, classificou a anorexia como uma distorção na maneira como a pessoa avalia a forma, o peso e as dimensões do próprio corpo (imagem corporal). Além dessa distorção, há um medo mórbido de engordar e a recusa a se alimentar.


A cada dez casos de anorexia, nove são mulheres e apenas um é homem, mas o número de pacientes do sexo masculino com anorexia vem crescendo a ponto de ter sido criado um serviço específico para o atendimento de homens anoréxicos no Ambulim (Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas- USP). O ambulatório tem atendido em média a 25 novos pacientes a cada mês.


Segundo o estudo do HC, a prevalência de transtornos alimentares na população geral pode chegar a 4%. A Organização Mundial da Saúde calcula que a doença possa atingir até 20% da população de adolescentes. Considerando-se aí, que esses números são baseados em atendimentos, já que a grande maioria dos anoréxicos esconde a doença e recusa tratamento.


A mídia e a indústria da moda costumam ser duramente criticadas pela exigência de um padrão de beleza absurdo e muito distante do biótipo não apenas das meninas e mulheres brasileiras, mas de todo o mundo. Mas a sociedade em geral aceita e adota esse padrão como o ideal, de forma que todos somos responsáveis pela pressão a que essas meninas são submetidas.


Em junho de 2007, em Feira de Santana, na Bahia, uma menina de 15 anos foi internada por determinação do Juiz da Vara da Infância e da Juventude Valter Ribeiro Junior. Ela estava pesando 35 quilos e fazia tratamento no CAPS (centro de atenção psicossocial) há três meses, sem apresentar melhora. Os pais não concordavam com a transferência da filha para um hospital, o que só aconteceu depois da medida judicial. A ação rendeu mais frutos: cinco outras internações (voluntárias) aconteceram nos dias que se seguiram à divulgação da internação da menina.


Na Inglaterra, há um centro de reabilitação para anoréxicos chamado Rhodes Farm Clinic que atende uma menina de oito anos em estado adiantado da doença. No site da Organização Mundial da Saúde, há um artigo publicado no fim de 2008, que já advertia para a incidência de transtornos alimentares em meninas cada vez mais novas. A diretora da clínica inglesa, afirma que já atendeu meninas de apenas cinco anos.


Os casos da modelo Ana Carolina Reston e da estudante de moda Carla Casalle, mortas no Brasil em novembro de 2006 em decorrência de anorexia nervosa, acenderam


o debate na Itália sobre a relação entre moda e a doença. Na Espanha, modelos com IMC abaixo de uma determinada faixa, foram proibidas de desfilar. Na Europa, há várias ONGs atuando na prevenção e divulgação dos casos de Anorexia. A ONG alemã Magersucht enviou para grandes nomes da moda como o estilista Karl Langerfeld e a top model Heidi Klum, um cinto rosa bem dentro da tendência fashion. Cada furo, uma estação da moda: primavera-verão, outono-inverno. O penúltimo furo é em forma de cruz, numa alusão à magreza exagerada promovida pela indústria da moda.


No pacote, uma nota explicando como a moda pode influenciar no aparecimento de doenças como a bulimia e a anorexia. A peça criada pela Ogilvy Frankfurt não foi bem recebida pelas celebridades, mas ganhou grande repercussão na mídia alemã. De acordo com a Magersucht, o acesso ao site da instituição aumentou em 25% após a campanha.


A outra face dessa moeda é a obesidade que afeta um número cada vez maior dos jovens; basicamente em função do sedentarismo. Resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE-2009), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estratística (IBGE) e financiada pelo Ministério da Saúde, mostraram que mais de 30% dos jovens em idade escolar são inativos ou insuficientemente ativos – a pesquisa entrevistou 63.411 adolescentes. A falta de uma educação alimentar eficiente ajuda a piorar o quadro. Enquanto alguns jovens de entopem de guloseimas diariamente, uma parte deles se apavora se perde e acaba vítima de um transtorno alimentar como a anorexia.


85% dos casos registrados são jovens entre 10 e 20 anos.


A anorexia isola, faz do paciente um refém e age como uma sombra que passa a reger cada passo do doente. Os anoréxicos mentem, enganam médicos e familiares apenas pelo pavor de ganhar peso.

Um pesadelo que envolve todos aqueles que convivem e amam uma vítima da anorexia. O quadro, quando visto de perto, é totalmente assustador.


Anorexia mata.

De várias formas, mas a mais impressionante é quando ocorre a parada cardíaca causada pela perda do músculo do coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário